24 junho 2014

A Sustentabilidade da Leveza

Afinal... para sermos felizes não é preciso estar sempre a lutar com o relógio - e perder sempre essa batalha! - para conseguir ter tudo organizado e a tempo; também não é preciso ter sempre a lida da casa impecavelmente em dia ou o jantar rigorosamente pronto à mesma hora todos os dias, sob pena de prejudicar a rotina da criançada.  

Não mamã, o que realmente precisamos para sermos felizes - e isso não é negociável - é de ti. Inteira, disponível, alegre, com vontade de se sentar no chão e brincar, com sorriso rasgado e braços sempre abertos para nos dar mais um abraço apertado...

Apreciamos a roupa lavada e passada a ferro, a comida saborosa e as receitas feitas a nosso pedido; também gostamos da casa limpa, dos brinquedos arrumados e do serviço de motorista privativo que forneces todos os dias. No entanto, nada disso nos fará felizes se, no teu dia-a-dia, não disponibilizares um tempinho para simplesmente estares connosco a brincar, para ouvir o que queremos partilhar contigo, para parares o teu redemoinho interior e apenas contemplares o nosso crescimento...

Felizmente já começas a perceber... e com isso, vamos observando e usufruindo de uma mamã mais descontraída, mais sorridente, mais leve. Obrigada mamã!

04 maio 2014

Serás a melhor mãe do mundo?...

Todos dizem que a sua mãe é a melhor mãe do mundo. Ok. Eu cá tenho as minhas duvidas em relação à minha... Quer dizer, como é que eu posso dizer que a minha mãe é simples e inquestionavelmente a melhor mãe do mundo, se é a única que tenho? Não posso mandá-la embora e pedir outras, para fazer testes e comparar!
 
Tenho de me contentar com esta... que, pensando bem, até nem se tem saído nada mal como minha mãe: deu-me duas irmãs que muitas vezes são umas chatas, mas que também muitas vezes me ensinam coisas novas, divertidas e, quase sempre, um pouco avançadas demais para a minha idade, eh eh eh...; dá-me miminhos, beijinhos, muito colinho, comida saborosa, preocupa-se com a minha saúde, gosta de me ver sempre bem lavadinho e cheiroso, muda-me a fralda, lava a minha roupa, vai-me buscar à escolinha com um sorriso aberto e um abraço apertado, fica com saudades minhas quando se ausenta mais do que umas horas, ama-me incondicionalmente, diz-me que eu sou o "docinho bom da mãe"...
 
Hum... realmente não sei se a minha mãe é a melhor mãe do mundo. Mas uma coisa eu sei com toda a certeza: A MINHA MÃE É A MELHOR MÃE DO MEU MUNDO! E mais nada!!!!

29 abril 2014

Hoje o meu coração saltou para fora do meu corpo!

Hoje fui pela primeira vez sozinha, a pé, para a escola. Depois de muitas vezes o ter pedido à mamã, ela finalmente acedeu à minha vontade e deixou-me fazê-lo. Huumm, para ser mais rigorosa, não fui sozinha, tive a companhia da minha amiga M., que aproveitou e teve também a sua estreia de ir para a escola a pé, sem a supervisão de algum adulto.

Ouvi os conselhos repetidos quinhentas mil vezes pela mamã: cuidado ao atravessar nas passadeiras, não fales nem aceites nada de estranhos, quando chegares entra logo na escola, liga-me quando lá chegares, blá, blá, blá.... Não me importei nada com isso, pois hoje estou nas nuvens! Sinto-me tão crescida, tão independente, tão capaz de alcançar tudo o que eu quiser!!!

Ai... daqui a nada já vou ser ainda mais crescida e vou poder sair com as minhas amigas para passear à vontade, ir brincar para o parque sem ter de levar os meus irmãos atrelados, porque já posso ir sozinha para onde quiser... o Mundo que me aguarde!!!!!

Estou muito feliz! Muito!

01 janeiro 2014

Falar a lingua das estrelas

Recentemente dei-me conta de que os meus pais não vão viver para sempre. Que nascemos, crescemos, ficamos grandes, depois velhinhos e depois, inevitavelmente, morremos. E quando morremos, desaparecemos da Terra, transformamo-nos em estrelas e vamos viver para o Céu.

O meu avô e a minha bisavó já morreram e agora são duas estrelas que vivem no Céu. E quando anoitece e o Céu está estrelado, eu olho com muita atenção para ver se os consigo encontrar, mas no meio de tantas estrelas que lá habitam, não os consigo encontrar. E isso assusta-me.

Os meus pais serão estrelas um dia. E quando esse dia chegar eu vou ficar muito triste, pois já não vou mais poder estar com eles e vê-los. E isso também me assusta. Muito...

O papá explicou-me que quando ele e a mamã forem estrelas, vão estar no Céu com o avô e a bisavô. E quando eu também me transformar numa estrela, vamos todos nos reencontrar.

Mas... as estrelas falam uma língua diferente dos humanos. Como é que eu, quando chegar ao Céu, vou poder chamar por vocês, se não sei a língua das estrelas? Como é que vos vou encontrar no Céu...?