29 outubro 2010

Até Ficam Zonzos...

... com o meu rápido desabrochar, os papás. As calças ficam curtas no espaço de um mês, já sei fazer contas de somar e subtrair e já tenho amizades feitas com meninas mais velhas do 3º e 4º ano, incentivadas por mim.

Questiono o porquê dos castigos que me aplicam (poucas vezes, não sou uma terrorista...), digo muitas vezes à minha avó que gosto muito dela (porque agora ela precisa de miminho extra) e já sei e entendo que quando se morre, vai-se para o céu e fica-se lá em farta diversão.

Sou responsável pela minha mochila escolar e bens que dentro dela passeiam. Sei que por vezes tenho de dizer a uma amiga de quem gosto muito que já não posso brincar mais com ela porque foi má para mim.

Adoro a minha nova escola e absorvo integralmente e na perfeição tudo o que tenho aprendido. Quando for grande quero ser cabeleireira. Quando tiver 18 anos vou alterar o meu nome para Nanny Mcfee, como no filme.

E ainda não completei 6 anos...

28 outubro 2010

Foi ontem...

... que completei 2 anos. E a jeito de princesa de Gang, foram só gracinhas o dia todo: ora fiz birrinha para ir à casa-de-banho (coisa que já não fazia à já algum tempo), ora verbalizei uma frase nova na perfeição, ora aprendi uma nova palavra.

Eu cá é assim, presentes para todos, apesar do aniversário ser meu e de nem todos os presentes serem agradáveis....

A Vida Continua

Cliché gasto, mas estupidamente real e rudemente verdadeiro.

A morte de uns não pára a vida de outros. Tudo continua a acontecer apesar de, para alguém, tudo o ter deixado de.

A necessidade de correr, de respirar, de comer, de ser feliz, continua imparável. Apesar de para outros já nada disso ser preciso.

A mamã sente muitas saudades da sua avó e do seu pai. Ainda sente um vazio no coração e ainda não se habituou à ideia de que já não tem avó - que foi parte essencial da sua infância - e de que já não tem pai - pessoa fundamental para cimentar quem foi e quem é hoje.

A poeira ainda não assentou.

Mas ela não tem muito tempo para se debruçar sobre considerações. Porque ao mesmo tempo que o último sopro saía do corpo deles, a energia galvanizante das suas filhas pulsava bem forte no seu corpo. No seu corpo... A nossa vidas continua a acontecer, e a mamã tem de nos acompanhar. E assim tem de ser. E assim tem sido, apesar de tudo...

12 outubro 2010

A Imutabilidade da Tristeza

Apercebemo-nos da sua chegada, permitimos a sua entrada, mostramos-lhe onde está o sofá para se instalar.

Sabemos que se ficar por cá muito tempo, pode fazer-nos mal. Mas neste momento é Ela que ocupa grande espaço na cabeça e coração da nossa mamã.

Sentir a cabeça apertada e por isso reduzir o pensamento analitico e pragmático para niveis minimos - assegurar apenas os serviços minimos - para dar tempo às peças, que neste momento esvoaçam furiosamente em estilo furação na cabeça da mamã, de terminarem a agitação e voltarem ao lugar, é esta actualmente a sua defesa. Porque neste momento o seu cérebro está muito ocupado. Ocupado a gerir perdas de pessoas queridas, ocupado a gerir a eminência de perder mais pessoas queridas. Ocupado a gerir imagens e emoções pela visão da quase morte, da quase vida, da quase existência de quem conheceu desde que nasceu e que neste momento não reconhece, face à degradação do seu estado.

No dia-a-dia da mamã, o coração bate mais forte do que o habital, o estômago contrai-se a cada pensamento mais negro e durante a noite os sonhos aplicam a facada final, com histórias cujo enredo é sempre o mesmo: salvar as filhas da eminência de morrerem por acidente ou descuido seu.

Bem vistas as coisas, nem sabemos como é que a mamã consegue levantar-se todos os dias de manhã e falar, andar e sorrir para nós, tal é o peso que lhe pende sobre a cabeça e tão apertada está a corda que lhe aperta o coração. O que sabemos é que neste momento, ela está em "modo automático", para poupar energias. Emoções. Pensamentos. Para ter reservas para o que aí vem.

Por isso a Tristeza está actualmente instalada no coração da mamã e teima em não sair; porque neste momento é a única que não muda, é estável, é imutável. É segura... E permite à mamã recolher-se, reorganizar-se e abastecer-se de força e coragem para si e para quem, dentro em breve, delas vai precisar também...

08 outubro 2010

Foi à um ano...

... que o mundo conheceu uma nova princesa, linda, risonha e disposta a alegrar corações por onde quer que passe.

Foi à um ano que as tuas priminhas finalmente puderam dizer: temos mais uma priminha espectacular para brincar e admirar!

Foi à um ano que presenteaste os teus papás, com a tua linda aparição.

Foi à um ano que a nossa vida ficou subitamente mais rica!

Obrigada por tudo isso, M.! E já agora... PARABÉNS!!!!!!!!!!