28 setembro 2010

Os Clássicos Voltam Sempre

Adoro o Martim Manhã, Harry e os Dinossauros e outros desenhos animados da actualidade. Mas não dispenso os clássicos, são espetaculares!

Andam os Pais a Educar as Filhas para isto....

Por vezes os meus pais levam as mãos à cabeça e arrependem-se da educação que me dão para eu ser uma menina capaz de pensar por si e para questionar assertivamente o status quo. Muito.

Mas o essencial é que eu convivo bem com as regras, desde que me expliquem para que servem e em que medida favorecem o meu crescimento saudável, tanto a nivel fisico como psicológico. Basicamente a ideia dos meus papás é zelar para que eu não seja uma totó em idade adulta! E se algo que se quer impor não faz qualquer sentido para mim, eu reclamo e exigo explicações detalhadas (estão a ver o porquê do pontual arrependimento parental?). É claro que os meus pais não estão a criar uma anarqua em potência: por vezes questiono as regras, mas depois de explicadas as razões da sua existência, cumpro-as. E gosto de saber que posso fazer (ou dizer) x e y, mas que não posso fazer (ou dizer...) z, porque isso pode colocar em causa a minha integridade fisica ou magoar os sentimentos de outra pessoa, por exemplo. Sei qual a linha que separa o bem do mal, o sensato do perigoso, o ser corajosa da completa estupidez.

Ora no outro dia a minha mãe fica estupefacta, quando um grupo grande de fresquinhos caloiros da faculdade entra num autocarro, devidamente acompanhados dos "senhores doutores" e "senhoras doutoras". Os "franguinhos" estavam todos, saliento - TODOS - com o cabelo coberto de ovos e iogurte, a sua roupa tinha sido "massajada" com lama e eles estavam (aparentemente) todos contentes, porque estavam a ser praxados pelos "senhores doutores" e "senhoras doutoras", porque tinham entrado na universidade, porque pertenciam a este novo grupo. E os "senhores doutores" e "senhoras doutoras" (assim tinham os caloiros de se dirigir quando quisessem falar com os alunos dos 3º, 4º, 5º e repetentes eternos da universidade que envergavam o traje universitário) pavoneavam-se por serem os "donos" destes miudos e miudas que ali estavam expostos aos olhares alheios de gozo, nojo, ironia e afins, como se fossem mais importantes do que esses miudos e miudas, como se fossem reis, presidentes, imperadores a quem se deve prestar obediência e submissão. Como se eles fossem mais alguma coisa do que aquilo que meramente são: alunos da universidade. Porque para se ser "senhor doutor" e "senhora doutora", primeiro há que terminar a licenciatura, depois o mestrado e depois o doutoramento. Só aí podemos autotitular-nos de "Doutor".

Pergunto-me o que ser humilhado e exposto ao ridiculo contribui para o meu crescimento, aprendizagem de conhecimentos e aquisição de competências específicas (o fim último de se tirar um curso na universidade). E pergunto-me também o que fingir que se é um dono feudal do século XV cuja vida e destino dos que estão sob o meu jugo reside nas minhas mãos e vontade, contribui para eu ser um cidadão responsável, admirado pelos demais e respeitado pelos meus pares (não deverá ser isso que alguém maior de 20 anos deverá almejar... a dada altura da vida...?).

Ou os meus pais mudam o sentido da educação que me querem dar, ou então é melhor eu não querer seguir os estudos universitários: prevejo alcunhas "anti-praxe" dirigidas a mim e veementes protestos (da minha parte) pelo tratamento dado aos iniciantes da vida universitária...

20 setembro 2010

"Vejo-te a partir...

...confiante, energizada, com um sorriso carregado de felicidade nos lábios, a largar-me a mão e a caminhar sozinha para a entrada no teu novo dia.

Já não te acompanho à tua sala de aulas, protegendo-te dos lobos maus que poderiam aparecer.

Já não te deixo à porta da sala, porque já sabes o caminho.

Já não sou a mãe da menina que de si depende para quase tudo.

Agora fico só à porta do muro. E vejo-te a partir para esse novo mundo sozinha. Tenho a esperança de que olhes para trás e me lançes aquele olhar que traduz saudade e desejo de que o dia passe depressa para me encontrares outra vez. Não olhas. Despedes-te de mim e, com toda a confiança de quem sabe que já é crescida, entras na escola sem hesitações e esqueces o mundo que está do outro lado do muro. Esqueces-te de mim. Segues em frente para aprenderes, para brincares, para te divertires. Sem olhares para trás. Sem olhares para mim.

Vejo-te a partir do meu colo. Do meu ninho. Do meu aperto. Vejo-te a partir em direcção ao crescimento, à maturidade, sem pouco ligares à minha angústia.

Como deve ser.

Vejo-te a virares as costas aos papás e a enfrentares o mundo até à pouco tempo desconhecido, sem medo e angustia.

Como deve ser.

Vejo-te a crescer. Como deve ser. Habituação às partidas precisam-se..."

Alguns dos pensamentos que rodopiaram pelo cérebro da mamã hoje de manhã
quando me deixou na escola primária

17 setembro 2010

Nesta primeira semana de escola primária, as emoções de todo o Gang têm estado ao rubro; a mana chora que nem uma desalmada quando chega a hora de dormir porque quer o papá ou a mamã ao lado dela para melhor adormecer (facto que os papás têm tentado contrariar, até agora sem sucesso...); eu ando mais respondona e a testar os limites das regras e da paciência parental, porque chego a casa cansada (estou ainda a adaptar-me a esta nova vida de estudante do 1º ciclo); e os papás têm andado feitas baratas tontas a gerir a extrema ansiedade gerada por este novo ciclo da minha vida, ao mesmo tempo que fazem um esforço por manter as rotinas diárias, sendo que depois da minha entrada no 1º ciclo, nada voltou nem voltará a ser como dantes...

Resumindo: os papás estão num frangalho psicológico e fisico, a mana precisava de uns tabefes na cara para parar a birra na hora do dormir (pena que os papás sejam contra isso...) e eu... eu preciso que todos eles se acalmem e me ouçam. Porque preciso de muito carinho e atenção. Porque por vezes, sinto a necessidade de que o tempo voltasse atrás. Porque de repente tenho muitas responsabilidades: gerir o que vou lanchar de manhã e à tarde; guardar a minha mochila; responder o mais detalhadamente possivel às perguntas dos papás ao final da tarde sobre como correu o meu dia; imperativamente não sair da escola com mais niguém a não ser o papá e a mamã...

Só tenho quase 6 anos. E esta é a primeira semana de escola. Por isso, dêem-me um desconto se não fizer logo o que me pedirem, se fizer alguma birrinha ou ainda se pedinchar para que fiquem um pouco ao meu lado na hora de deitar: afinal, para mim este é também um periodo de adaptação e estou a passar por ele da melhor forma que sei. E o vosso colinho e miminho faz sempre maravilhas...

15 setembro 2010

Batam-lhe com elas!

A todos os que enviaram palavras de apoio à mamã, um muito obrigado. Mas façam-me um favor: batam com essas palavras na cabeça da mamã, que é uma totó de primeira! Tanto alarido, nós na garganta e ansiedade corrosiva para quê afinal? Adorei o meu 1º dia oficial de aulas, diverti-me muito e foi com um grande sorriso que a minha mamã foi recebida quando me foi buscar à escola.

Mamã: és uma tonta! Pensavas que eu ia fazer exactamente o quê? Chorar tipo bebé e chamar pela mãezinha porque estou com muitas saudades dela? Desculpa lá, mas esta princesa já está crescida e não entra nesses filmes. Abraço os novos desafios com alegria e perspectivas positivas. Vejo o copo sempre cheio. E a culpa é tua, assim me ensinas a ver as coisas, por isso não esperes outra coisa de mim.

Atina dessa cabeça, tá?! (desculpa mamã, não falo mais assim para ti... eu sei, não se fala assim para a mamã e papá... mas percebeste o que quis dizer?...)

14 setembro 2010

Vai-te Embora!...

...Ó angustia que assolou a mamã hoje! Será que o optimismo destes últimos dias era em esforço e hoje, que é o dia "a sério" da escola, caiu-lhe a armadura e aqui está ela, em carne viva sem qualquer protecção?...

Estou em crer que hoje o seu dia vai estar focado numa só coisa: na hora de me ir buscar à escola, para me poder bombardear com perguntas sobre o meu bem-estar fisico e psicológico: "e gostaste da escola? e o que fizeste hoje? aprendeste muita coisa? o que comeste ao almoço? e a casa-de-banho tinha papel higiénico? Não?!? e levaste lenços de papel? e brincaste muito no recreio? e com quem brincaste? e deste o material à professora para guardar? e fizeste mais amigos? e de manhã quando os papás te deixaram na escola, ficaste bem?..."

13 setembro 2010

10 setembro 2010

Só não tenho um MP4...

... mas é o que me falta, porque gostos musicais já tenho e são... diferentes. Também gosto do CD das Winx... mas vou mais além. Esta é uma das minhas favoritas actuais:

09 setembro 2010

Não tenho pedalada para apanhar a Vida...

Corre mais depressa do que eu! Não sei como consegue, mas quando olho para trás, já passaram quase 6 anos desde que vim a este mundo. É impressionante! Olho para a minha mana e ainda me lembro do tempo em que também usava fraldas, despejava a comida pela roupa abaixo ou fazia birras ruidosas, com atiranço para o chão e tudo (agora não pratico o atiranço, é só a táctica do perguntar 30 vezes a mesma coisa, de seguida e rápido, até o outro lado quebrar...).

Já não estou no infantário, vou para a escola primária, já vou aprender a ler e escrever, daqui a nada estou a tomar banho e a vestir-me completamente sozinha, e quando menos esperarem, os papás vão ter a surpresa de me ouvir perguntar "posso ter um telemóvel?".

O que vale é que para mim os dias são sempre ricos e recheados de coisas boas. Posso já ter quase 6 anos, mas que imensidão de pérolas e estrelas reluzentes eles já têm...

08 setembro 2010

A Vida Começa Quando?

Quando deixo de pertencer ao ventre da minha mãe ou quando completo 18 anos?

Quando dou o primeiro beijo ao meu apaixonado ou quando caso com o amor da minha vida?

Quando sou apenas filha ou quando me torno mãe?

Quando tomo a consciência de que penso de forma diferente dos meus progenitores ou quando sei com toda a certeza de que o Pai Natal não existe?

Quando os meus papás me viram pela primeira vez ou quando escolheram o meu nome ?

Meras perguntas existenciais que coloco do alto dos meus 5 anos, nada de mais...

07 setembro 2010

O Meu Coração é Imenso!

Mamã, antes de adormecer queria dizer-te que: gosto muito da maninha, do papá, gosto de ti, dos meus amigos, dos papás e mamãs dos meus amigos, dos avós, de girafas, da escola, de estrelas, dos quadros pintados pendurados na parede do meu quarto, das fotografias do papá comigo e com a mana, de borboletas, do jardim zoológico, da professora, de te ajudar a fazer bolos, de flores rosa, da cor rosa, da minha mochila, de te dar beijos, de brincar, de rinocerontes e gatos, de comer massa com carne picada e de te dar abraços. E gosto de ti. Muito. Pronto, podes ir mamã, agora vou dormir. Até amanhã.

06 setembro 2010

As Preocupações de uma Princesa de 22 meses

Ainda sou pequena para pensar nessas coisas do "há vida para além da morte", "Deus existe e olha por todos nós", "os extraterretres já estiveram cá e levaram o Elvis" ou "o Michael Jackson é heterosexual e foi viver para junto do Elvis" e coisas afins. Não, eu para já só tenho na minha vida, como principais preocupações, a minha mamã me deixar no infantário a chorar sem que a chantagem emocional que tenho feito todos os dias, com o meu choro alto e ruidoso e o agarranço feroz às mangas das suas camisas, cause qualquer efeito (tenho de mudar de estratégia...), e qual vai ser a minha próxima refeição (por falar nisso, já é hora do almoço? Já trincava aguma coisa... já almoçei?! Então está na hora do lanche, não? Não? Grrrr....).

Mas é uma vida dificil, esta. Ainda não tenho dois anos completos e já tenho de lidar com tudo isto... é complicado... se ao menos pudesse trincar qualquer coisa, já ajudava a ultrapassar isto, não? não?!... caneco, estou sozinha neste mundo...

03 setembro 2010

Um Dia de Cada Vez

É o que precisam de fazer, papás. Viver um dia de cada vez, nesta nova fase que atravessamos. Não vale a pena tentar adivinhar na quantidade de choro que ainda vou deitar cá para fora por ir para o infantário, nem vale a pena pensar na quão fácil ou dificil a adaptação da mana a uma nova escola e novas regras vai ser. Não vale a pena.

Porque cada dia para nós está a ser diferente, e à medida que os dias passam, vamos lidando com o que eles trazem também de forma diferente. E não há forma de saberem como nos vamos comportar! Somos as duas independentes e autónomas de vocês, pensamos pela nossa cabeça e sentimos com o nosso coração, não com o vosso. Por isso, relaxem...

Vivam cada dia como se só houvesse este, e vamos andando assim. Até agora, temo-vos surpreendido, pela positiva... Tanta ansiedade, tanto stress pela chegada da mudança e, afinal, não está a ser assim tão mau como pensavam, pois não? Olhem que manter o coração apertado é capaz de não lhe fazer lá muito bem...

Ok, vocês deixam-me no infantário a chorar desalmadamente. Também qual era a reacção que esperavam, depois de um mês só com os avós e papás e muitos mimos e, saliento, a acordar a horas decentes (não como agora - 7 da matina!)?!? Mas depois de irem embora, calo-me passados 5 minutos. Isto vai passar.

Quanto à minha mana, ela é crescida, sociável, bem-disposta e logo no primeiro dia, já conquistou as monitoras e fez amigos. Era de se esperar com a educação que lhe deram, não? Por isso, relaxem...

Está bem...?

02 setembro 2010

O Primeiro Dia

O meu primeiro dia passado numa escola primária;
O meu primeiro dia como menina grande que já não frequenta o infantário;
O primeiro dia em que sou inteiramente responsável pelo meu lanche e pela minha mochila;
O primeiro dia em que vejo o que é uma sala de aula;
O primeiro dia em que testo a minha capacidade de interagir e adaptar bem e rapidamente a um novo espaço de ensino, novas professoras e novos colegas - mesmo que só conviva com a maioria deles apenas por uma semana e meia;
O primeiro dia do resto de um longo percurso de ensino que, se eu quiser seguir até ao ensino superior, só acabará daqui a 15 ou 16 anos...

Um pequeno passo para mim, um gigantesco e algo assustador passo para o inicio da minha educação escolar...

01 setembro 2010

O Primeiro Dia

O meu primeiro dia do novo ano lectivo no infantário;
O primeiro dia numa nova sala, com novos brinquedos e novas aprendizagens;
O primeiro dia de choro por deixar os papás, após um mês inteiro de miminhos;
O primeiro dia que vou para o infantário e a minha mana não está lá;
O primeiro dia em que vou ficar ansiosa para que os papás cheguem para me vir buscar;
O primeiro dia em que vou pular de alegria extasiante por ver os papás ao final do dia;
O primeiro dia de uma nova rotina diária, em que tenho horas certas para acordar, comer e dormir;
O primeiro dia em que os papás ficaram com o coração apertado por me deixarem no infantário, a chorar...