20 setembro 2010

"Vejo-te a partir...

...confiante, energizada, com um sorriso carregado de felicidade nos lábios, a largar-me a mão e a caminhar sozinha para a entrada no teu novo dia.

Já não te acompanho à tua sala de aulas, protegendo-te dos lobos maus que poderiam aparecer.

Já não te deixo à porta da sala, porque já sabes o caminho.

Já não sou a mãe da menina que de si depende para quase tudo.

Agora fico só à porta do muro. E vejo-te a partir para esse novo mundo sozinha. Tenho a esperança de que olhes para trás e me lançes aquele olhar que traduz saudade e desejo de que o dia passe depressa para me encontrares outra vez. Não olhas. Despedes-te de mim e, com toda a confiança de quem sabe que já é crescida, entras na escola sem hesitações e esqueces o mundo que está do outro lado do muro. Esqueces-te de mim. Segues em frente para aprenderes, para brincares, para te divertires. Sem olhares para trás. Sem olhares para mim.

Vejo-te a partir do meu colo. Do meu ninho. Do meu aperto. Vejo-te a partir em direcção ao crescimento, à maturidade, sem pouco ligares à minha angústia.

Como deve ser.

Vejo-te a virares as costas aos papás e a enfrentares o mundo até à pouco tempo desconhecido, sem medo e angustia.

Como deve ser.

Vejo-te a crescer. Como deve ser. Habituação às partidas precisam-se..."

Alguns dos pensamentos que rodopiaram pelo cérebro da mamã hoje de manhã
quando me deixou na escola primária

1 comentário:

  1. Mamã, crescer é isso mesmo: é sermos capazes de colocar a evolução saudável deles acima da nossa vontade de os conservar pequeninos!

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