28 outubro 2010

A Vida Continua

Cliché gasto, mas estupidamente real e rudemente verdadeiro.

A morte de uns não pára a vida de outros. Tudo continua a acontecer apesar de, para alguém, tudo o ter deixado de.

A necessidade de correr, de respirar, de comer, de ser feliz, continua imparável. Apesar de para outros já nada disso ser preciso.

A mamã sente muitas saudades da sua avó e do seu pai. Ainda sente um vazio no coração e ainda não se habituou à ideia de que já não tem avó - que foi parte essencial da sua infância - e de que já não tem pai - pessoa fundamental para cimentar quem foi e quem é hoje.

A poeira ainda não assentou.

Mas ela não tem muito tempo para se debruçar sobre considerações. Porque ao mesmo tempo que o último sopro saía do corpo deles, a energia galvanizante das suas filhas pulsava bem forte no seu corpo. No seu corpo... A nossa vidas continua a acontecer, e a mamã tem de nos acompanhar. E assim tem de ser. E assim tem sido, apesar de tudo...

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