16 novembro 2011

Coração apertado

Dispensava o beijo de despedida matinal. Assim que saio do carro e a mamã me ajuda a colocar a minha mochila às costas, anseio por entrar na escola e rever as minhas amigas, tal são as saudades por já não as ver desde o dia anterior. Não sou carente nem insegura e sei muito bem que sou bonita e inteligente. Dispenso que os papás me digam todos os dias o quanto sou bonita.

Entro na escola e analiso logo o cenário: está alguém no parque meu conhecido e irei até lá, ou corro já para a sala de aula e brinco um pouco antes de a professora começar a aula?

Sei que a mamã fica a ver-me entrar na escola e só entra no carro quando eu desapareço do seu campo de visão. Mas eu não olho para trás, nunca. Ela fica sempre com o coração um pouco apertado quando me vê a agir tão independente, segura de si, autónoma... pensa que lhe estou a fugir das mãos, do coração. Mas ela também sabe que não é disso que se trata. Quando se tem como missão criar uma menina com auto-estima elevada, com valores e principios éticos sólidos e com o coração alegre, estas são as consequências... Não estou a fugir do teu coração, tenho-te sempre no meu coração e é por isso que não preciso de me despedir mais uma vez de ti e não olho para trás, para ti.

Porque estás comigo, sempre.

1 comentário:

  1. Pois isso realmente é complicado... Os nossos corações ficam sempre apertados por vê-los crescer, fugir-nos mas ao mesmo tempo é um orgulho tão grande... :)

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