Acabou a conversa da treta

Porque o Toni foi "tretar" para outras paragens e agora o Zezé não tem o velho compincha para conversar. Foi bom, muito bom enquanto durou. Aqui fica uma brilhante recordação (entre muitas) da arte de fazer humor:

Um eterno obrigada pelas valentes gargalhadas, rir é o melhor remédio para certas maleitas...

Os últimos dias...

... como aluna do infantário. Faltam 2 dias para eu deixar o infantário para sempre. Para sempre... Em Setembro vou para a escola primária e ao infantário voltarei apenas para ir buscar a minha mana. Não mais lá passarei o dia, não mais lá almoçarei, não mais voltarei ao tempo em que não tinha notas avaliativas nem pressão para aprender a ler e escrever bem e rápido, não mais voltarei ao tempo em que os TPC's eram só muito de vez em quando...

30 de Julho marca o dia da despedida final, rematado com uma Festa dos Finalistas. Não sei o que acontecerá a partir das 21 horas do dia 30 de Julho, mas de uma coisa estou certa: haverá lágrimas. E muito provavelmente não serão só minhas...

A exploração do estereotipo

Sou rapariga. Logo, só brinco com bonecas, sou fã da Hello Kitty e uso exclusivamente saias e vestidos. Sim? Sim?!? Não!

Sou rapariga, logo posso brincar com o que me apetecer, desde que apropriado e seguro para a minha idade. Idolos? Nesta idade todos são passageiros e a menos que entre na onda da moda dos Vampiros, posso ser fã de quem eu quiser. E quanto às calças... humm... já não estamos no século XIX, pois não?

Bem, para quê este parlapié todo? Para vos preparar para o seguinte: adoro a série do Benji e Oliver! E adorava que os papás me oferececem o BYGGA, o jogo de construção da IKEA, que é tradicionalmente um brinquedo para meninos, mas que eu acho o máximo porque tem imensas peças para eu juntar e construir coisas! Posso criar um automóvel, uma mota, uma mota com side-car... para levar a Barbie e a Stella das Winx a passear...

A Saudade que Sinto

Segundo o Dicionário Priberam da Lingua Portuguesa, Saudade tem os seguintes significados:

s. f.
1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que nos vemos privados.
2. Pesar, mágoa que essa privação nos causa.
3. Bot. Suspiro (planta dipsacácea).
4. Nome dado no Brasil a várias plantas.

saudades
s. f. pl.
5. Lembranças; recordações; cumprimentos.

O que ultimamente sinto quando tenho de me separar dos meus papás (porque vou para o infantário ou para a casa dos avós brincar) não é nenhum suspiro nem recordação, nem sequer uma lembrança grata da pessoa ausente. Não. O que eu sinto é um ruidoso pesar e uma mágoa tão grande, que desato num choro incontrolável e entro numa redoma de tristeza que só a muito custo demora a ser quebrada.

Não sei porque me acontece isto. Nem sempre foi assim, já que me orgulho de ser uma menina independente e senhora do seu nariz. Mas a angustia que se apodera de mim nestas situações é avassaladora e só quero agarrar os papás para eles não se irem embora. Mesmo que eu fique bem entregue ao cuidado de outras pessoas. Mesmo que o periodo de tempo da separação seja curto. Mesmo que o que está do outro lado da barricada seja grande brincadeira e divertimento garantido. Não interessa. Nestes momentos o meu mundo fica muito pequeno, reduzido a mim e à minha mamã/papá. E se eu fico sem um deles, vou estar sozinha. E vou ficar triste. E com o coração inundado de saudade...

A minha escolha profissional

Cabeleireira. É o que eu quero ser quando for grande. Decidi ontem. E está decidido. Agora tenho é de começar a praticar a minha arte. Humm, a mamã tem um cabelo forte e bonito, podia fazer umas experiências com ela... ou com a mana, é pequenina, nem se importará se eu não acertar à primeira... hummm... ihihihih...

"Era uma Vez...

... no Espaço". Outra grande série animada, lembram-se?!? ;)

Lembram-se?

Tem mais anos que as Winx, e Gormiti e até Dragon Ball juntos! Os meus papás viam esta série quando tinham a minha idade e agora vejo eu, deliciada com as explicações simples mas precisas que as várias personagens dão sobre o funcionamento do nosso corpo. Sempre actual. É incrivel a qualidade das séries de desenhos animados de outrora, não?

Agora até há Filhos e tudo!

Epá, isto de hipermercados por todo o lado dá cá um jeitaço ao pessoal! É que lá há de tudo: arroz, massa, carnes, comida para cão, roupa, tendas para campismo, electrodomésticos, filhos... Não, não me enganei, então não foi lá que o Ronaldo foi comprar o dele? Ele já tem muita coisa, só não tinha um filho e então foi ao hipermercado e comprou um! Não?!? Hã, não foi no hipermercado, comprou a uma pessoa. Humm... venda personalizada... desculpem, pensei que o Con...te e o Ju...bo vendessem filhos. Hã, é só por encomenda e sob contrato. Está bem. E se o Ronaldo não ficar satisfeito com o produto, como é que faz? Apresenta queixa à DECO? Devolve? A quem? Revende?

...

O Dilema da Separação

10 horas. Apenas 10 horas separam o momento da tua partida e da tua chegada até aos meus braços.

É uma eternidade.

Porque no segundo a seguir a teres saído de casa, já sentia imensas saudades tuas. Demasiadas. Sufocantes. De partir o coração.

Compreendo que não possas ficar comigo. Mas não o aceito. A dor está cá, só apaziguada pelo carinho dos avós.

Eu sei que não tinha esta reacção trituradora de corações (meu e teu) antes. Mas se calhar é porque estou a crescer. Em altura e em amadurecimento emocional. O que é bom. E mau...

O Dilema do Crescimento

Ainda sou pequena, leva-me ao colo;

Já sou grande, já quero escolher a roupa para vestir;

Ainda sou pequena, fica comigo até eu adormecer;

Já sou grande, quero encher sozinha o meu copo de água;

Ainda sou pequena, ajuda-me a limpar-me no wc;

Já sou grande, já sei contar até 100;

Ainda sou pequena, não posso guardar muito dinheiro comigo;

Já sou grande, já corro mais depressa que a mana;

Ainda sou pequena, dá-me colinho como dás à mana;

Já sou grande, também quero decidir o destino do passeio de sábado;

Ainda sou pequena, ajudas-me a decidir o que quero ser quando for grande?

...

Alguém que "deite os olhos" a isto!

Duas crianças residentes no concelho da Maia têm sido vitimas de maus tratos e grave negligência por parte dos seus pais.

Ao que foi possivel apurar, os pais das duas meninas (de 5 anos e 20 meses) sofrem do chamado "Sindrome da Educação Responsável", que leva os referidos progenitores a instituirem regras para uma alimentação saudável (as crianças são obrigadas a comer sopa, legumes e fruta variada e as bebidas refrigerantes e com excesso de açucar estão excluidas das refeições), a condicionarem o tempo diário afecto para visionarem televisão (tentando sempre que desenvolvam outras actividades tais como brincar, fazer desporto, pintar, etc.) e a promoverem o diálogo e a comunicação entre todos, estimulando as crianças a fazer perguntas e a serem curiosas acerca do mundo que as rodeia.

A APPPAP (Associação de Pais Passivos Que Preferem ser Amigos em Vez de Pais) veio já a público denunciar esta situação:
"É um caso gritante do mal que os adultos podem fazer às nossas crianças. Pais que querem ditar regras, dizer "não", impedir que as crianças vegetem em frente ao televisor para que os Pais possam relaxar e, o mais escandaloso e ultrajante, obrigar as crianças a fruta e legumes, tudo isto são situações que vão contra o principio fundamental da liberdade individual. As nossas crianças são pessoas com direitos constitucionais e por isso não cabe a nós adultos, muito menos aos Pais, limitar de alguma forma essa liberdade! Qual é o problema de uma criança com principios de obesidade e risco de desenvolver diabetes mais cedo? A criança tem a capacidade de autoregulação e, se não for capaz de o fazer na integra nesta altura, fá-lo-á com certeza quando for adulto. O que não podemos é querer impor limites e regras, ou daqui a pouco temos as nossas crianças a exigir que os Pais conversem regularmente ou que brinquem com elas e nessa altura, como podem os Pais reagir?"

Este não será um caso isolado em Portugal, dizem as autoridades competentes, e que se afigura de dificil resolução, já que não existe ainda um suporte legal que permita a apresentação de queixa junto da entidades juduciais por parte das vitimas. Espera-se que esta situação se altere brevemente.

Silêncio que eu vou falar!

Porque a minha consciência me impõe, quebro o meu silêncio sobre o acontecimento de 29 de Junho, iniciado às 19H30. Começo por formular uma pergunta, dirigida ao Cristiano: para não melindrar não fizeste grande coisa no jogo, ou não fossem os espanhóis a população que actualmente mais vibra para te ver jogar lá no Real, não foi? Desculpa lá a franqueza, mas de facto, para "melhor do mundo", deixaste-me algo confusa, pois no último jogo não te vi. Vi-te no campo, mas não a jogar.

Bem sei que já passaram dois dias desde a nossa derrota frente à Espanha e eu podia ter-me manifestado mais cedo. Mas decidi "digerir" o que vi, uma vez que JÁ tenho 5 anos e estas coisas do futebol começam a intrigar o meu cérebro. Apesar de ser rapariga. Apesar de não jogar futebol. No entanto sou fã dos papás e eles são fãs de Portugal (sim, porque hoje em dia não basta ter a nacionalidade, é preciso amar o País para se ser Português... assunto para outros posts...) e por isso eu sou fã do futebol quando Portugal joga.

E foi com grande decepção que assisti a decisões tomadas por parte do treinador com consequências desastrosas, foi com espanto que vi uma equipa desnorteada e sem rumo após a 1ª substituição, foi com algum incómodo que assisti ao desempenho mediocre do "melhor do mundo".

Eu, que só sou uma menina de 5 anos que vibra ao ver Portugal jogar, considero que merecia ter assistido a melhor. Porque aquela equipa tinha a capacidade técnica. Tinha a competência necessária. Mesmo assim, não conseguiu o objectivo.

Hã e tal, a outra equipa é muito boa, ficamos reduzidos a 10, o Hugo Almeida estava desgastado, ontem choveu, a mercearia estava fechada, o gato mordeu a vizinha, doi-me a orelha, blá blá blá rebébeubeu pardais ao ninho. Desculpas esfarrapadas.

Fiquei triste. Muito triste. E isso não se faz a ninguém, muito menos a meninas de 5 anos. Ouviste, Queiroz?