30 setembro 2009

Ele Anda Aí

UUUUHHHHHH, medo! É o Bicho-Papão? É o Monstro das Neves? É o Freddy Kruger? Não, é o Virose!

Ninguém o vê, ninguém o sente, mas ele anda aí. À espreita. Quietinho. E quando menos se espera, BANG! Bebé com vómitos, falta de apetite e diarreia - sim, não é nada bonito!

E ainda por cima é insaciável - numa semana, conseguiu no infantário que duma sala com 10 bebés, com saúde, 8 estejam doentes e a recuperar. E os adultos dessa sala não escapam. E a mãe desta bebé também não.

Quem serão as próximas vítimas? Não chega já? Vai-te lá embora que por aqui já fizeste estragos suficientes, tá? Não? Ainda estás a começar?!?... Xi, isto vai ser bonito... Rita, é melhor te preparares porque o Virose parece estar numa de chatear.

Em Falta

- Ontem falhaste. Desculpas, desculpas. Quer dizer, lá porque estás doente não quer dizer que não cumpras o ritual, não é? Já sabes que nós não sabemos escrever, ainda, e por isso tens de ser tu a colocar os posts. Estamos aborrecidas.
- Marta, fala tu com a mãe que eu vou desanuviar para o castelo das princesas.
- Não posso, estou ocupada a tentar meter à boca este boneco. Fala tu que és mais crescida e falas a lingua dos pais, eu para já é só bebelês, a mãe não percebe nada do que digo.
- Mas eu percebo o que dizes.
- Pois, bebelês é uma lingua bem fácil de entender, ser calhar os pais são básicos.
- Se calhar. Olha, a mãe está a escrever no blog o que estamos a falar!
- Olha, a lei do menor esforço. Em vez de algo criativo e engraçado... Mãe, estás a perder qualidades.
- Sim, se calhar temos de contratar outra pessoa. Esta é uma área em que a relação de confiança é fundamental. Pronto, pronto, não fiques triste...
- Sim mãe, pronto, vá lá, estávamos a brincar, não te vamos despedir. Olha, 2ª oportunidade, tu mereces.
- Sim, mas só porque és nossa mãe!
- Sua sortuda.

Pronto, já está.

28 setembro 2009

Sou Grande - parte 3

Sei pentear o meu cabelo, escovar os dentes sozinha, pintar as minhas unhas, ligar a televisão, pegar na minha mana ao colo, chantagear os meus pais com o beicinho matador para comer mais um rebuçado, pegar no comando da televisão e mudar para o canal Panda.

Estou pronta.

BORA LÁ CONQUISTAR O MUNDO!!

25 setembro 2009

Vem aí a Cegonha!

Está quase, quase a chegar. Se calhar daqui a uma semana já aterrou. Virá pesada, carregando um grande embrulho, com um recheio precioso: uma princesa.

A princesa que aí vem é aguardada com ansiedade: a sua mana brinca comigo, mas eu sei que ela quer é estar a brincar com a sua mana, a princesa que está a chegar.

Os seus papás também esperam a sua chegada com expectativa: novamente vão ter esta experiência maravilhosa de terem um bebé lindo, maravilhoso, para amar, acarinhar e cuidar. Também eles vão passar a ter duas princesas! Como os meus papás. Que giro.

Eu cá vou gostar muito de conhecer a nova princesa. Hum, com quase um ano de diferença entre nós, vai ser altamente brincarmos as duas: meter brinquedos à boca, babarmo-nos com fartura, fazer uma "sujeira" nas refeições, eheheh, vai ser o máximo!

Quando chegas, princesa?

24 setembro 2009

Matadores de Sonhos

Acordar cedo. Bahh! Mas que desatino! Caminha quentinha, cobertor fofo a cobrir o meu corpinho, coelhinho a acompanhar os sonhos, chucha a confortar, e depois... duche de água fria! Calma, foi no sentido figurado, que a minha mãe não é sádica!

Mas voltando ao queixume: que desconsolo que é acordar tão cedo. E depois só ouvimos: "Vá lá, vamos para a escolinha! Os amiguinhos estão à espera para brincar!" Estão, estão... Uma ova!, estão é a dormir, ou a querer dormir, como nós, seus matadores de sonhos, seus inimigos do doce conforto da caminha quentinha!

Se acordássemos ao nosso ritmo, quando quiséssemos, era muito melhor, e escusávamos de estar a publicar este post, que basicamente vos insulta, pais, por nos acordarem tão cedo.

Não dá para nos tirarem da cama só quando nós acordarmos, de livre vontade, à hora que calhar? Não?! Hã, têm de chegar a horas ao emprego... Mas não dá para dizerem lá no emprego (seja lá o que isso fôr...) que vão chegar a horas incertas, para que as vossas filhas queridas durmam as horas que quiserem de manhã? Não?! Hã, o chefe não vai aceitar essa desculpa e até podem ser despedidos... Mas e então não dá para irem para um emprego mais fixe onde o chefe já não vai dizer essas coisas? Não?!?! Hã, a vida tá difícil... Não é fácil arranjar um emprego onde isso seja possível? E no supermercado, já procuraram? Lá tem tantas coisas. Não?

Então não vão trabalhar! Ficam em casa, fica resolvido. Assim não têm de se levantar cedo, não têm de nos tirar da caminha a horas indecentes, não têm de chegar a horas ao emprego, para não ouvir esse tal de chefe... Que maravilha! Hã? Não pode ser? Como? O estado não financia isso de acompanhar os filhos até uma certa idade... É só em países mais desenvolvidos...? Hã, estou a perceber... Mas então... não há escolha...? Não...?

BUÁÁÁÁ!!!!!!!!!!!!!!!!

23 setembro 2009

O Direito à Família

Acho que podemos exigir algumas coisas. Daquelas básicas. Tipo, uma casa para morar com o mínimo de condições, que nos mantenham sempre limpinhas, que nos vistam roupas decentes - de preferência com Hello Kittys estampadas nas camisolas (bem, isso é mais a mana mais velha, que a bebé ainda se está a marimbar para essas coisas), que nos alimentem com comida nutritiva e em quantidade suficiente para não doer a barriguinha e... basicamente é isso.

Estava a brincar! Para além dessas coisinhas, exigimos também muito carinho, amor, respeito, ternura, cuidado, apoio, miminhos e frases ditas bem lamechas do tipo "os pais amam-te muito filhinha, para sempre" ou "os pais amam-te muito e estão muito orgulhosos de ti e irão gostar sempre de ti, muito muito".

Agora vamos ao princípio: para termos estas coisas todas (pedimos muito pouco, não somos megalómanas...), é essencial que em primeiro lugar existam dois seres que entendam que estão prontos a constituir descendência e que se comprometem, para sempre, sublinhamos, para sempre, a cuidar dessa descendência e a proporcionar-lhes as melhores condições para que cresçam saudáveis e aptas a desenvolver todo o seu potencial enquanto pessoas. E assim nasce A FAMILIA, tal como nós as duas a conhecemos.

Nós temos uma família, a nossa família. E é uma família espectacular, grande, forte, e que tudo faz para que nós, as meninas lindas, cresçamos rodeadas de tudo a que temos direito: são os nossos pais, avós, tios, padrinhos, os melhores amigos e os pais dos melhores amigos. É muita gente. Gente boa. Que gosta de nós. Muito.

Não achamos que é um privilégio. É um direito. Básico. Que todas as crianças deviam ter como garantido.

22 setembro 2009

Dentes Precisam-se

Já tenho quase 11 meses e ainda nenhum dente que se veja. É um ultraje. A minha irmã está sempre a exibir a sua boca cheia de retângulos brancos, e eu que me aguente. Mais: tem a ousadia de dizer que tem um dente que anda a abanar, que vai sair!

Quer dizer, eu ainda não tenho nenhum e ela já tem um a sair? O quê, tem tantos que até os deita fora?

Isto é muito injusto. Passo os dias com a mão enfiada na boca porque as gengivas me doem, e nada. Babo-me com fartura porque as gengivas me doem, e nada. A minha mãe está sempre a dizer, olhando para mim com ar preocupado "Ó filha, os dentinhos nunca mais saem, que chatice", e nada.

O que é preciso fazer neste país para que os meus dentes saiam de uma vez por todas, hein? Uma bebé não tem direito a ter uma dentição que se veja, em tempo útil? Quero começar a comer da comida dos pais, e a trincar aquelas tostas que a mana come, que parecem tão saborosas, mas sem dentes não posso, não é?!?

A quem tenho de enviar estas reindivicações, hein? Ok, primeiro aprendo a escrever e depois digito a carta. Por este andar, quando for altura de aprender a escrever, ainda não será tarde para reclamar...

21 setembro 2009

Os Meus Direitos - Educação

Sou alguém, com voz, palavras, ideias, sonhos.

Sou criança e posso fazer tudo, os limites não existem.

Sou tu e tu, e tu e aquele e aquela e os outros que querem saber sempre mais, sempre.

Existo, e quero saber. Explicas-me? O Mundo agradece.

18 setembro 2009

Quarto dos Brinquedos

Antes tinha um quarto para mim, onde dormia e brincava.

Depois esse quarto teve um upgrade: para além de mim, passou também a dormir lá a minha mana. Ficou mais pequeno. Continuei a brincar lá.

Depois fomos para a casa nova.

E na casa nova eu e a minha mana temos um quarto só para dormirmos. Só.

Para brincar, temos agora um outro quarto, que tem todos os nossos brinquedos, e uma mesa e cadeiras, e livros, e fotos, e desenhos pendurados, e tintas para fazer quadros, e um chão coberto de puzzles de borracha coloridos, e o castelo das princesas onde me escondo às vezes, e jogos.

Nesse quarto, se sujar o chão com tinta, não faz mal, é de borracha. E se riscar a parede, também não faz mal, as paredes são nossas.

Nesse quarto eu posso construir as minhas histórias, ser uma princesa e entrar no castelo. Posso pegar na minha mana ao colo e levá-la comigo para o castelo, e assim somos as duas umas princesas.

O meu avô diz que nós já somos princesas. Eu sou a princesa n.º 1 e a mana é a princesa n.º 2, apenas porque nasceu depois, porque somos as duas umas princesas lindas.

A minha mãe e o meu pai dizem-me muitas vezes que gostam muito de nós as duas, por igual, somos as duas as suas filhas lindas.

Eu cá por mim não tenho dúvidas que somos umas miúdas lindas, mas é bom ouvi-los dizer isso. Eu sei que a mana ainda é bebé e se calhar não entende o que lhe digo, mas não faz mal, gosto muito dela e de brincar com ela no quarto dos brinquedos, é o nosso quarto. Lá podemos fazer tudo e sermos quem quisermos.

Eu gosto muito da casa nova.

17 setembro 2009

O próximo filme de...

O resumo das personagens:

Duas crianças.

10 meses e 4 anos.

Belas.

Divertidas.

Sempre prontas para a brincadeira.

Felizes.

Baba.

Paredes pintadas com canetas.

Brinquedos à espreita em cada canto da casa.

A 1ª fala:
- Os pais acabaram de limpar a casa? Vamos tratar disso já: mãããeee, tou com fome, dá-me uma bolachinha, se faz favor! Migalhas? Não, eu não vou sujar nada...

Sou Grande - parte 2

Hoje fui pela 1ª vez com o uniforme de Inverno para o Infantário.

A minha irmã também foi, mas não era a 1ª vez, ela já tem 4 anos de idade e quase 3 anos de experiência de infantário.

Ouvi dizerem à minha mãe: "Ó que linda, vem com o fatinho igual ao da irmã!"

Mas o que quer isso dizer exactamente? E isso é giro? Confesso que achei alguma graça à foto: uma criança bem crescida, com 1,10m bem medidos, com um fato que pelos vistos já lhe começa a ficar pequeno, e depois a bebé, ainda com uns 75 cm, com um fato também igual, mas ainda folgado (a mãe teve de dobrar as mangas...).

Se fossemos gémeas, se calhar não tinha piada nenhuma... Mas como somos irmãs, e de alturas e idades diferentes, pelos vistos já terá alguma graça.

Não sei se é assim de facto, e perceber o que vai na cabeça dos adultos é complicado, é um exercício que não me apetece fazer e que não preciso de fazer. Eu quero é alcançar aquele brinquedo que está em cima da mesa, e metê-lo à boca e, por consequência, enchê-lo cheio de baba. A mãe que limpe, eu ainda sou bebé!

15 setembro 2009

Sou grande!

Já sou crescida! Hoje, pela primeira vez desde que iniciei as minhas lides de bebé no infantário, não chorei quando a minha mãe se foi embora!

Será que fiz bem? Afinal a minha mãe já estava acostumada à minha choradeira, accionada assim que ela me passava para o colo da minha educadora. Agora que referências tem ela? Espero não a ter deixado confusa... Esta quebra das rotinas matinais pode não ser benéfica para ela...